Clébio Damas: uma vida dedicada ao trabalho

DORNELAS, E. S.

Dezembro, Edição 24, 2017

Itaperuna, RJ – O Projeto Personalidades, idealizado pelo escritor e jornalista Eusébio Dornellas, tem o prazer de contar a história de um homem que dedicou a sua vida ao trabalho, pessoa dinâmica, que está sempre buscando novos desafios. São poucas as pessoas que conhecem a fundo a história de Clébio Damas, que ainda criança, tinha a responsabilidade de trabalhar para colocar o pão na mesa.

Neste instante, o site Itaperuna News compartilha com todos um pouquinho da história de vida deste personagem fantástico, que trabalhou, trabalha e certamente continuará trabalhando por muitos e muitos anos, em busca de seus ideais.

Leia com atenção as próximas linhas e conheça um pouco mais de Clébio Damas, o Clebinho para muitos.

Clébio Damas de Sousa é mineiro, nascido em Faria Lemos, município situado na Zona da Mata, que está distante a uns 60 km de Itaperuna. Empresário e farmacista, Clébio se destaca pela simplicidade, empreendedorismo e dinamismo, além de ser uma pessoa muito querida junto à sociedade itaperunense.

Quando criança, o menino Clébio nem sempre podia ser criança. As brincadeiras de menino ficavam de lado, afinal, com apenas seis anos, ele já trabalhava como engraxate. “Quando tinha cinco anos, os meus pais se separaram e nós tivemos que começar a ajudar em casa. E, desde muito cedo, comecei a trabalhar para ajudar na complementação da renda”, diz Clébio.

De família numerosa, com mais seis irmãos, apenas os dois menores não trabalharam no início da infância. “Era muita gente em casa e praticamente todos começaram a trabalhar bem cedo, apenas os dois mais novos escaparam naquela época”, brinca.

Com oito anos ele iniciou suas atividades em uma padaria e o primeiro salário era através de mercadorias, pães e leite. “Meu primeiro salário foi um litro de leite e dez pães por dia. Eu trabalhava para, literalmente, levar o pão de cada dia pra casa. Era um período de muitas dificuldades, mas, nós conseguimos superar”.

E a troca de trabalho por mercadorias acontecia em outras áreas, na mercearia, por exemplo. “Quando a gente queria batata, ajudava o dono da mercearia a limpar todas aquelas batatas. Ao final do trabalho, ele dava umas batatas pra gente”, recorda.

Neste meio tempo, o garoto Clébio ainda cuidava de bois. “Quando se começa trabalhar cedo, a gente amadurece mais rápido. O trabalho nunca foi empecilho, pelo contrário, era força motriz para seguir em frente e sempre buscar novos desafios”, comenta Clébio.

MUDANÇA PARA CARANGOLA

A mudança para Carangola aconteceu quando ele tinha 12 anos. “Minha mãe foi para Carangola trabalhar como doméstica e lá, além do trabalho de engraxate, eu fazia alguns mandados. Também trabalhei no ‘Cafezinho em Pé’, onde eu servia cafezinho”.

Já com 15 anos, ele chegou a trabalhar em três lugares, além do “Cafezinho em Pé”, papelaria “A Colegial” e o restaurante “Toca do Meio”.

No período em que cumpria com suas obrigações militares, a serviço do Tiro de Guerra, ele começou a trabalhar em uma loja de ferragens. “Nessa época eu fui trabalhar na loja do Alberto Salim e por lá fiquei por aproximadamente dois anos. Somente depois disso, quando tinha uns 20 anos é que comecei a trabalhar em farmácia”.

A NOVA PROFISSÃO

Segundo Clébio, o trabalho em farmácia foi um mero acaso da vida. “Fui parar em farmácia, por acaso. Eu também já trabalhei lavando carros e, um dia, limpando o carro do Aloísio, que tinha uma farmácia, fui convidado a trabalhar com ele”.

E o nosso personagem começou a gostar do ambiente farmacêutico. “Eu comecei limpando o espaço físico e as mercadorias. Também fazia entregas. Todos aqueles trabalhos que eu já havia realizado me ajudou muito, por que eu não tinha preguiça. Essa é uma das vantagens de se começar a trabalhar bem cedo, a gente não sente preguiça”, brinca.

Clébio ainda revelou algo bastante curioso, adorava ler as bulas de remédios. “Eu lia muita bula de remédio, adorava fazer isso. Era uma época que havia poucos médicos e, com o conhecimento que a gente tia, às vezes acabava indicando uma medicação para o cliente. Ler as bulas me ajudava a conhecer melhor os produtos, identificar os sintomas etc”.

Em Carangola ele trabalhou na Farmácia Carangola, Drogaria do Clerinho e na Farmácia Central, que posteriormente se transformou na conhecida Drogahemil.

DESEMBARCANDO EM ITAPERUNA

Foi justamente na Drogahemil que o farmacista Clébio começou a se destacar. Com o tempo, ele passou a ter uma nova missão: abrir drogarias em diferentes cidades. “Assim que me casei fui morar em Muriaé. Chegando lá, montei a loja e fiquei por sete anos. Posteriormente ajudei a instalar a Drogahemil em diversas cidades no estado de Minas e, em 1994, desembarcamos em Itaperuna”.

A Drogahemil foi instalada em Itaperuna no mês de novembro de 1994. “Quando vim pra cá, recebi uma gratificação e me tornei sócio da Drogahemil em Itaperuna, permanecendo com a sociedade até 2009. Em 2010 comecei com a Droga Damas e hoje somos sete lojas, drogaria e manipulação, mantendo 86 colaboradores, dentre eles, 16 farmacêuticos”.

Quando questionado sobre o momento difícil pelo qual passa o Brasil, Clébio pensa em avançar, crescer e criar novos postos de trabalho. “Passando essa tempestade, nossa intenção é abrir franquias. A coisa que move o empresário, não é simplesmente ganhar dinheiro, o que engrandece mais a gente é saber do compromisso que a gente tem com as outras pessoas, com colaboradores, podendo abrir vagas de trabalho e dá suporte às pessoas”, revela.

Clébio também faz parte da diretoria do Sincomércio, Associação Comercial, Guarda Mirim de Itaperuna e Ilha Cisne Clube. “Eu acredito muito no ser humano. Eu gosto muito de gente, sou apaixonado por lidar com gente. Acreditar nas pessoas é o quê me move a participar de todas essas atividades”.

No final da entrevista, Clébio falou sobre a necessidade de o Estado do Rio de Janeiro e o município de Itaperuna avançarem. “Quando cheguei a Itaperuna, percebi que o município era maior que Muriaé, por exemplo. Muriaé avançou e nós ficamos para trás. O quê move a nossa cidade é a Educação e a Saúde, além do comércio varejista. Itaperuna é uma cidade polo e eu tenho muita esperança que vamos avançar. O Estado do Rio focou no Petróleo e esqueceu as indústrias e comércio. Tiraram o foco do comércio varejistas e das indústrias. Se observarmos a porcentagem de indústrias no Rio, vamos ver que é muito pequena. É preciso que o Estado reavalie o olhar. Eu acredito em Itaperuna e no nosso Estado”, finaliza.

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