Hudson Costa: de estagiário a pró-reitor acadêmico

DORNELAS, E. S.

Abril, Edição 16, 2017

Itaperuna, RJ – Nesta semana, o Projeto Personalidades, idealizado pelo escritor e jornalista Eusébio Dornellas, presta homenagens ao jovem Hudson Costa, pró-reitor acadêmico do Centro Universitário São José de Itaperuna (UNIFSJ).

Há 12 anos tive o prazer de conhecer o então menino Hudson, que em fevereiro de 2004 começou a trabalhar como estagiário no CPD (Centro de Processamento de Dados) da Fundação São José. A timidez caminhava lado a lado com a simpatia de um menino esforçado, que já, naquela época, buscava seu espaço na Fundação.

Naquela ocasião, eu trabalhava nos laboratórios de informática da Instituição e pude observar a dedicação do garoto, que seguia de perto os passos do responsável pelo CPD, buscando aprender tudo o quê lhe era ensinado.

Sempre com um sorriso nos lábios, característica peculiar que o acompanha até hoje, Hudson encarou a oportunidade de trabalhar como estagiário, determinadamente, como se fosse a grande chance de sua vida.

– Como estagiário eu trabalhava na manutenção de computadores e equipamentos de informática, montagem e suporte. Quando aceitei a vaga de estágio, minha família estava passando por um momento muito difícil. Meu pai estava internado, no CTI, pois havia sofrido um AVC [Acidente Vascular Cerebral] – lembra Hudson.

Hudson precisaria contribuir financeiramente com sua família e chegou a conversar com o pai, sobre a oportunidade que estava surgindo.

– Eu precisava trabalhar pra ajudar em casa. Num momento de lucidez do meu pai, eu conversei com ele sobre isso [estágio] e ele me deu a maior força. Disse que poderia ser a oportunidade da minha vida. Também falou pra eu aceitar e que ele iria sair daquela situação – conta.

As palavras do pai, mesmo diante daquele difícil momento, foram de fundamental importância para Hudson.

– Vale lembrar que naquela época eu iniciava a faculdade. O simples fato de cursar uma faculdade já era uma grande vitória na minha vida. Era algo inédito para a minha família. Para cursar a faculdade eu contei com a ajuda de muita gente, amigos e parentes. Foram muitas as pessoas que me ajudaram e, seria injusto, citar nomes e correr o risco de esquecer alguém – diz.

O curso se tratava de Tecnologia em Informática, graduação que faria a diferença na vida profissional de Hudson Costa. Tempo depois, com o pai já recuperado do problema de saúde, Hudson sofreu uma grande perda, a morte de seu irmão.

– Meu irmão, também Emerson [mesmo nome do irmão do jornalista Eusébio], que era uma pessoa especial, veio a falecer. Foi uma perda muito grande. Na Fundação, recebi um carinho enorme de toda equipe. Eu realmente me sentia em casa – declara.

No final de 2006, Hudson havia se formado. Até então, a grande vitória da vida do jovem.

– Foi a maior conquista da minha vida. Eu havia saído de uma escola pública, sem perspectiva, família com poucos recursos financeiros e, chegar ao final da faculdade, foi sem dúvida alguma, uma grande vitória.

Logo em seguida, em 2007, veio a pós-graduação na Universidade Federal de Lavras (UFLA), Administração em Redes Linux. Em 2008, Hudson começou a trabalhar como docente, quando passou a lecionar Informática na Educação, Algoritmos, Sistema Operacional, Redes, dentre outras matérias.

– Foi muito gratificante, saber que eu tinha condições de estar do outro lado. Foi o início da minha história na Educação. Até então, eu ficava restrito a parte tecnológica. Agora, eu havia me tornado um professor – menciona.

Ele também trabalhou na Fundação de Apoio à Escola Técnica (FAETEC), onde ministrou aulas para o curso de Pedagogia. Lá, trabalhou com Informática na Educação e Metodologia Científica.

– O período que estive na FAETEC foi excelente… Foi muito importante a convivência com o grupo de pedagogos, isso acrescentou muito à minha formação. Nesse meio tempo, passei a assumir a gestão da parte de tecnologia da Fundação, ficando responsável pelas principais inovações tecnológicas da empresa, buscando manter a estrutura funcionando e inovando. O grande desafio era fazer com que uma instituição tradicional, fosse ao mesmo tempo contemporânea – completa Hudson.

Ser professor e atuar na área tecnológica eram suficientes para ele, que se sentia realizado com essas atividades.

– Ser professor já era uma realização, algo que não tem preço. A pró-reitoria não fazia parte dos meus planos. Em 01 de agosto de 2014 eu aceitei o desafio. A área de Educação é muito fascinante. Nós lidamos com o sonho das pessoas e eu tenho que me dedicar ao máximo para que o sonho não vire um pesadelo. É um trabalho de muita responsabilidade, algo que precisa de máximo esforço para não deixar nenhum resquício de falhas – comenta.

Para 2016, Hudson faz planos e pretende fazer um mestrado na área de Educação.

– Para o Novo Ano pretendo ampliar meus estudos, fazendo um mestrado na área de Educação. Temos muitos planos também para a Fundação. Tenho uma filosofia simples de vida, primeiro lugar, fé em Deus e humildade. Nós precisamos de todo mundo, não existe ninguém autossuficiente. E por último, tudo o quê for fazer, faça bem feito. Pode ser a tarefa mais simples, mas, é preciso fazer bem feito. Isso faz toda a diferença – finaliza.

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